Tendências da Arquitetura Hospitalar para 2021

Nos próximos meses, muitas mudanças ocorrerão no setor de saúde em relação às instalações e ao design de estabelecimentos futuros e existentes. É muito importante ter ciência sobre essas transições para adaptar seu modo de trabalhar, mantendo-se atualizado

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O ano de 2020 está terminando e a arquitetura hospitalar foi um dos setores mais impactados devido à pandemia de Covid-19. Este momento mostrou a todo o setor da saúde que as estruturas hospitalares não estavam preparadas para comportar um surto de contágio como este em que estamos, por isso, muitos projetos foram revistos e adaptados às novas demandas.

Ao longo das últimas décadas, os hospitais eram projetados e concebidos junto ao crescimento das tecnologias e do conhecimento de novas doenças. Os espaços criados buscavam as necessidades da sociedade, cumpriam normas atendendo a todas as exigências e aumentavam o número de atendimentos, satisfazendo seus operadores.

Evoluindo esse cenário, os arquitetos passaram a se preocupar não só com a incorporação das novas tecnologias e soluções para os atendimentos, mas em projetar com o foco nos pacientes. Com isso, os profissionais estão buscando, cada vez mais, trazer ambientes agradáveis, que emanem tranquilidade e conforto, além de, juntamente de familiares, proporcionar uma cura mais rápida aos pacientes.

Espaços flexíveis

desafio do futuro para os designers da área hospitalar é fazer com que espaços tenham a capacidade de expansão e contração, conforme as demandas do local. Eles precisam ser flexibilizados para terem velocidade nas mudanças de uso, onde a tecnologia seja incorporada rapidamente, não só na ajuda de diagnósticos e tratamentos, mas no dia a dia. Assim, o foco vai além do paciente, mirando também na eficiência de atendimento.

Alto investimento nas instalações

As instalações hospitalares são caras e ficarão ainda mais futuramente. Os investimentos serão substanciais para permitirem que os hospitais tenham a capacidade de se renovar com flexibilidade e rapidez conforme o uso. Cada vez mais teremos mudanças de equipamentos e protocolos médicos que exigirão soluções flexíveis e adaptáveis. Na Europa, algumas empresas de elevadores já estudam seus ascensores para garantir o espaçamento interno necessário, o que acarretará no aumento dos custos.

Materiais e acabamentos descontaminantes

Arquitetos terão que trabalhar arduamente na pesquisa e especificação de materiais a serem utilizados, trazendo a percepção de segurança. Nesta escolha, prevalecerão àqueles que reduzem o risco de transmissão de superfície e que resistam aos novos protocolos dos produtos de limpeza, como o cobre antimicrobiano, por exemplo. A biofilia também fará parte do ambiente hospitalar, como a impressão de plantas nas paredes com efeito 3D, realistas e totalmente laváveis.

Ventilação e Iluminação

Cada vez mais a ventilação e a iluminação naturais serão incorporadas nos projetos, não só com a preocupação de trazer bem-estar, mas proporcionar saúde. O ar-condicionado com filtro Hepa, antigamente utilizado somente em áreas como salas de cirurgias, agora passa a ser discutido para outros ambientes menos restritos, além de outras medidas adotadas temporariamente pelo Ministério da Saúde.

Falando de iluminação, muitos estudos estão sendo realizados rapidamente para que ela tenha dupla função: iluminar e descontaminar ambientes. As luminárias com sensores que captem informações quantitativas e qualitativas de qualquer natureza são bem-vindas, como por exemplo, uma luminária em cima da pia, que pode iluminar e captar a presença de quantas vezes uma enfermeira ou médico lavaram as mãos.

Disseminação do uso da tecnologia

A consolidação e a utilização da telemedicina como ferramenta essencial, não só para os hospitais, mas também para homecare e operadoras de saúde, foi imprescindível nesses meses de pandemia.

Os prédios médicos precisarão de instalações projetadas para atender a essas necessidades. Isso incluirá salas dedicadas a fazer e receber chamadas telefônicas e de vídeo, espaços comuns e até mesmo serviços onde os pacientes possam entrar e sair rapidamente para receber assistência virtual, se necessário.

Por isso, novas tecnologias deverão ser integradas, como câmeras infravermelhas para verificar a temperatura corporal de pacientes e visitantes, luz ultravioleta e Ozônio para matar vírus, bactérias, fungos e outras formas de micro-organismos.

Mobiliários de alta performance

Alguns mobiliários na fase de pandemia foram adaptados para cumprir as novas regras de afastamento. Designers criam móveis já com a preocupação de distanciamento, utilização de materiais específicos e buscando outras formas de certificações. Por isso, cada vez mais clientes e arquitetos exploram soluções que tenham material de alta resistência, com garantia de fábrica estendida para uma economia e serviços de pós-venda otimizados, pensando em todas essas novas demandas do setor.

* Escrito por Graziela Bross Baccarini, Consultora na Bross Baccarini Consultoria e Planejamento

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